Emília Ferreiro é uma personalidade de fundamental importância, sem a qual, atualmente, não se poderia discutir alfabetização. Nasceu na Argentina no ano de 1937, e como pesquisadora desenvolveu os seus estudos dentro da linha de pesquisa denominada por “Psicolingüística Genética” sob a orientação de Jean Piaget.
Ferreiro é uma Pesquisadora que ainda atua e trabalha atualmente no Departamento de Investigações Educativas que pertence ao Centro de Investigações e Estudos avançados do Instituto Politécnico Nacional do México. Ferreiro tem importantes obras publicadas, tais como: 'los proceesos de lectura y escritura' (1982), pesquisa feita com cerca de mil crianças onde se diferenciou oito níveis de conceitualização de sua escrita.
Emília também foi responsável por outras importantes obras, realizadas em países como o Brasil, México, Venezuela e Argentina, tais como: 'La Alfabetización em proceso' (1985); 'Psicogênese da língua Escrita' (1986) – livro que revolucionou o conhecimento que se tinha sobre a aquisição da leitura e da escrita quando o lançou com Ana Teberosky. Esse livro descreve os estágios pelos quais as crianças passam até compreender o ler e o escrever. Para Emília Ferreiro, o principal agente no processo da aprendizagem é o aluno, portanto a aprendizagem estaria centralizada em alguns aspectos como a sua cognição e características afetivas, sempre levando em conta o seu desenvolvimento em ambiente coletivo e a sua identificação sócio-cultural.
Os estudos de Ferreiro colocaram a criança como sendo capaz de sugerir hipóteses, de testá-las, e de criar sistemas interpretativos do mundo. Com base nisso, as justificativas que procuravam explicar o fracassado quadro educacional brasileiro, como: carência nutricional, falta de estímulo intelectual, carência cultural, ou mesmo problemas psiconeurológicos e deficiência lingüística deixaram de ser motivos de primeira ordem para explicitar as dificuldades dos alunos. O problema principal seria, entre outras coisas, na prática do uso da cartilha, que sempre se baseou em atividades mecanicistas de treinos e memorização, ignorando que a alfabetização também se explica por variáveis sociais, culturais, políticas e psicolingüísticas.
Para Ferreiro, o método tradicional também pecava por desconsiderar a função social do texto: O que escrever? Para que escrever? O que seria o gênero, a estrutura e quem seriam os destinatários do texto? Consultora do Ministério da Educação e autora de tese de doutorado orientada por Emília Ferreiro, Telma Weisz, diz: 'Analisar que representações sobre a escrita que o estudante tem é importante para o professor saber como agir'. E segundo as palavras de Ferreiro: '... A minha contribuição foi encontrar uma explicação segundo a qual, por trás da mão que pega o lápis, dos olhos que olham, dos ouvidos que escutam, há uma criança que pensa'.
Principais Obras:
___Alfabetização em Processo, Emilia Ferreiro, 144 págs., Ed. Cortez
___ Atualidade de Jean Piaget, Emilia Ferreiro, 144 págs., Ed. Artmed
___Com Todas as Letras, Emilia Ferreiro, 104 págs., Ed. Cortez
___Coleção memória da pedagogia, nº 5: Emília Ferreiro: a construção do conhecimento. São Paulo: Segmento Duetto 2005.
___Cultura escrita e educação. E. Ferreiro. Artemed, 2001.
___Os Processos de Leitura e Escrita, Emilia Ferreiro e Margarita Gomes Palacio, 274 págs., Ed. Artmed
___Passado e Presente dos Verbos Ler e Escrever, Emilia Ferreiro, 96 págs., Ed. Cortez
___Psicogênese da Língua Escrita, Emilia Ferreiro e Ana Teberosky, 300 págs., Ed. Artmed
___Reflexões sobre Alfabetização, Emilia Ferreiro, 104 págs., Ed. Cortez
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